Aracati, 22 de maio de 2025 - Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil sofreu a perda de 36 navios mercantes afundados por submarinos do Eixo, resultando na morte de mais de 1.600 brasileiros. Esses ataques ocorreram principalmente entre 1942 e 1944, após o país romper relações com as Potências do Eixo e declarar guerra à Alemanha e à Itália em 22 de agosto de 1942.
Entre os navios brasileiros atacados, cinco foram afundados próximo ao litoral do Ceará, causando grande comoção na população local e contribuindo para a entrada definitiva do Brasil no conflito.
Em uma cerimônia marcada por emoção e memória, autoridades, militares e historiadores se reuniram no litoral do Ceará para relembrar os ataques de submarinos alemães a navios brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial. Entre 1942 e 1943, ao menos cinco embarcações brasileiras foram torpedeadas próximas à costa cearense, resultando na morte de dezenas de civis e marinheiros.
Os navios atacados incluíram:
Baependy – Afundado em 15 de agosto de 1942, resultando na morte de mais de 270 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Araraquara – Também em 15 de agosto de 1942, com mais de 130 mortos.
Aníbal Benévolo – Afundado em 16 de agosto de 1942, próximo ao litoral nordestino.
Itagiba – Afundado em 17 de agosto de 1942.
Arará – Afundado em 17 de agosto de 1942, ao tentar resgatar sobreviventes do Itagiba.
Os ataques ocorreram de forma coordenada e brutal, quase sempre no meio da noite, e pegaram o Brasil de surpresa. A indignação popular foi tamanha que levou à queima de estabelecimentos de imigrantes alemães e italianos em diversas cidades brasileiras.
Segundo historiadores, os afundamentos de navios no litoral cearense e em outros pontos do Nordeste foram cruciais para pressionar o governo de Getúlio Vargas a romper sua política de neutralidade e declarar guerra ao Eixo.
MONUMENTO AOS AVIADORES ALEMÃES. Da esquerda para a direita : 1º Dr. Campelo, 2º Dr. Kenoc ( na época Juiz de Direito do Aracati ) 3º João Adolfo Gurgel do Amaral ( Janjão ). Pesquisa Aldeise Ponciano.
No dia 14 de agosto de 1942, durante a segunda grande guerra, no momento da ida para Fortaleza da primeira turma de reservistas aracatienses, alguns exaltados demoliram a coluna de mármore protestando contra a Alemanha de Hitler, em represália ao afundamento dos navios brasileiros pelos alemães. Naquele momento, esqueceram o que significava aquela coluna na história da aviação e o sacrifício de Hermann e Werner.
Esse monumento foi destruido pelo povo em represália ao afundamento dos navios brasileiros pelos alemães, e a convocação dos reservistas aracatienses para a guerra no dia 14 de agosto de 1942.
Um pouco sobre os alemães que receberam esse monumento;
✈️ A Tragédia dos Aviadores Alemães em Aracati
Foto: Netinho Ponciano
Em 25 de junho de 1923, a cidade de Aracati, no Ceará, foi palco de um trágico acidente aéreo envolvendo dois aviadores alemães durante uma ousada travessia aérea entre Cuba e o Rio de Janeiro.
Os pilotos Werner Junkers e Hermann Müller estavam a bordo de um hidroavião Junkers D-218, realizando uma ambiciosa jornada aérea que os levou a pousar em várias cidades brasileiras. Após escalas em Belém, São Luís e Camocim, eles chegaram a Aracati às 13h30 do dia 25 de junho de 1923, sendo recebidos com entusiasmo pela população local.
Foto: Netinho Ponciano
Após duas horas de descanso e reabastecimento, os aviadores decolaram às 15h22, sob aplausos da multidão. Durante uma manobra de despedida, o avião enfrentou uma rajada de vento que o desestabilizou, resultando em uma queda seguida de explosão. Ambos os pilotos faleceram no acidente.
Foto: Netinho Ponciano
Homenagens e Memória
Foto: Rosângela Ponciano
Em sinal de respeito, os corpos dos aviadores foram velados na Câmara Municipal de Aracati, com o comércio local fechando suas portas em luto. Posteriormente, foi erguido um monumento em mármore branco na entrada sul da principal rua comercial da cidade, homenageando os pilotos, como podemos ver na primeira imagem da matéria.
Foto: Netinho Ponciano
Redação Guia BOA / I.A.